CORAÇÃO MENDIGO
Barriga vazia, cheia duma qualquer dor, vive e dorme à espera, do pão que lhe de amor...
Olhos brilhantes, cintilantes como qualquer estrela, esses olhos, gritantes, que me mordem com subtileza...
Roupas velhas, rotas e manchadas, fraquezas supérfluas, tristezas gravadas...
Destinos cruzados, engolem o meu fraco sentir, vomitam por vários lados, provando nada existir...
Noites frias, banhadas e conspurcadas, interessantes e secos dias, acompanhados de mudas baladas...
Sorrisos marcantes, que me atropelam a confusão, esses lados brilhantes guardados pela solidão...
Passado feliz, simples e de nenhum sucesso, tratado a frio suspeito de tal fracasso, tomando conta da vida que mereço, tendo o destino conquistado o seu espaço...
Paixão e amor ditados à luz diurna, beleza de olhos atentos sonhada, alterada e deveras inoportuna, no inevitável declinar da luz raiada...
Mendigando por demais à espera de matar a fome, atravessado pela estaca que me fere o coração, maltratado pelo pensamento que não dorme, usufruo sem merecer desta avassaladora maldição...
Que queres de mim, drástica e penosa saudade? Quebrar-me os ossos, deixares-me vulnerável? Fazeres-me crer que não é por maldade? Abusa de mim, mas sê razoável...
Odeio-te amor que me agarras ao semelhante, paixão que me gozas com prazer, carinho que faltas de rompante e carência que me impedes de viver...
Vá, empurra me para as poças, faz me molhar os pés, suja me as calças...humilha-me... Não é isso que tu gostas?
(Nunixtreme)
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