AMOR PROÍBIDO
Porque é que eu amo? Porque é que odeio? Porque é que eu creio?
Circulando no meu caminho,
Espreitando para tudo e nada,
Rodeado do simples brilho,
Encontrei o que não esperava.
Vi-te e ao mesmo tempo nada vi,
Pois ao longe, circulavas de costas,
Mesmo assim, soube o que estava ali,
Algo que só eu sei e tu não mostras.
A perfeição que me iludiu,
Imperfeito o amor que criei,
A coragem que de mim fugiu,
O acidente que não evitei.
Simpatia, ou falsidade,
Não sei o que me cativou,
Nada sei, nada é verdade,
Só sei, quem tudo isto adorou.
Calado e sozinho no meu canto,
Perdido, esperando apareceres,
A batida que me aumentava o espanto,
Crescendo o gosto sem tu saberes.
O teu sorriso é uma riqueza,
O andar, uma dança formal,
Os teus olhos, a única certeza,
És demais e és excepcional.
Os olhares surgem e desaparecem,
Talvez porque olhei e não me fiz entender,
Entram tão fortes que estremecem,
Saem fracos demais para eu perceber.
A certeza do que eu sinto,
Traz riqueza aos meu dias,
A incerteza que eu tanto finto,
Abala o amor que merecias.
A artimanha vulgar e demasiado usada,
Cheia de tão atabalhoados dizeres,
Conhecer-te foi uma enorme tabuada,
Que estudei para me conheceres.
A minha presença bem perto da tua,
Os meus olhos insistem numa só direcção,
A minha alma tão fraca e nua,
Mostra transparente o meu coração.
Porque é que eu amo? Porque é que odeio? Porque é que eu creio?
(Nunixtreme)
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