AMIGOS OU NÃO...
Dá o bom que tens sem pedires autorização, esconde e corrige o mau, estendendo a tua mão...
Há momentos na nossa vida em que nos sentimos sozinhos, mesmo rodeados de tantos amigos. Algo está errado então! Será que nós somos exigentes demais ou são os outros que são exigentes a menos?
Quando estamos tristes e desanimados, podemos pensar que as pessoas que nos rodeiam não nos estão a dar a importância devida, porque estamos tão carentes que pedimos demais, e aí podemos fazer um juízo errado dessas pessoas. Por outro lado, quando estamos felizes e eufóricos é usual não termos o feedback que pretendemos e também aqui podemos estar a ser injustos...
Quem tem razão então? Quem está certo afinal? Quem é verdadeiro amigo?
Teorias à parte, e como todos nós sabemos, os amigos são a nossa segunda família e muitas vezes a principal, por isso damos tanta importância à amizade. Aprendemos desde pequenos a fazer, a cultivar e a perder uma boa amizade e já ninguém, mas mesmo ninguém, passa sem uma, por muito fraca que seja. O que não aprendemos e ninguém nos ensinou, foram as regras correspondentes a esta fatia tão importante da nossa realização pessoal - o convívio saudável. Talvez porque faça parte da condição humana, o convívio entre os homens, ignoramos esta realidade e limitamo-nos a seguir os nossos instintos, esquecendo muitas vezes, o que está certo e o que está errado, conforme a natureza manda...
Ou será que não existem regras na amizade?
Existirão por certo e se alguém tem duvidas, ficarão desfeitas quando pensar, que já um dia se chateou com um amigo...O facto de nos chatearmos com alguém é uma prova viva que essa pessoa infringiu as nossas regras, e se as infringiu é porque elas existem...
É pois aqui que nascem também, aquilo a que chamamos os nossos melhores amigos, que não são mais do que os amigos que mais seguem as nossas regras ou que melhor nos enganam.
Mas isto levanta outra questão...Serão as regras da amizade ditadas de forma diferente por cada pessoa? Teremos que aprender as regras de todas as diferentes pessoas que conhecemos para nos darmos todos plenamente bem?
Certamente que o problema é bem mais simples do que o podemos avaliar, a questão é que como predadores que somos, lutamos todos pelo nosso metro quadrado de território, esquecendo os laços que nos unem e os valores que temos enquanto seres humanos. É como se tivéssemos dois seres dentro de nós, um racional e um irracional, lutando constantemente por conquistar o seu lugar em cada decisão que tomamos...
Nestas alturas tão cruciais é que definimos o que é e o que não é amizade, e muitas vezes erradamente porque o nosso lado irracional pode imperar, dada a nossa frágil condição humana...Assim caímos no erro de nos julgarmos erradamente e diminuirmos o nosso sucesso afectivo...
Mas isto não valida, que possamos sair por aí a fazer o que nos apetece sem olhar a meios para atingir os fins. A amizade é algo muito especial e que devemos preservar, como tal, dever indica obrigação, obrigação de lutarmos pelo bem estar de quem nos é próximo e de quem nos é querido. Só desta forma poderemos ter mais respeito pelas regras dos outros e motivarmos os demais a respeitarem as nossas próprias regras, abundando assim o respeito mutuo, que contribui para o acréscimo de todas as outras qualidades que se estimam numa qualquer amizade...
Ser amigo então, requer regras, requer deveres, e requer entrega. Para que tudo isto não se torne enfadonho e demasiado pesado há que haver respeito pelo próximo seja ele quem for, pois poderá cada um de nós ser amigo de qualquer outro.
Pensem nisto...
(Nunixtreme)
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